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Terezinhas Rios

Mineira, de Belo Horizonte, onde graduou-se em Filosofia pela UFMG. Mora desde 1968 em São Paulo. Fez o mestrado em Filosofia da Educação pela PUC-SP, onde fez parte, por mais de 30 anos, da equipe de professores do Departamento de Teologia e Ciências da Religião. Doutorou-se em Educação pela USP e é pesquisadora do GEPEFE – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores, da Faculdade de Educação dessa Universidade. É membro do Conselho Editorial de Educação da Cortez Editora e da Sociedade de Filosofia da Educação dos Países de Língua Portuguesa. Tem atuado como assessora e consultora em projetos de formação de professores e educação continuada de profissionais de diversas áreas.

Palestras

A vida de que trata a ética é a vida boa, aquela na qual há espaço para o exercício de direitos, para a possibilidade de se construir em conjunto uma cidadania ativa, solidária. O bem comum e a dignidade humana formam o horizonte da ética – ela se volta para uma vida melhor que se pretende construir em nossas sociedades, indagando sobre os fundamentos dos valores e buscando descobrir perspectivas de superação dos problemas que hoje nos desafiam.

Costuma-se afirmar que estamos vivendo uma crise ética no mundo contemporâneo. O que caracteriza essa crise? Como ela se revela no espaço da educação? O objetivo da palestra é fazer uma reflexão sobre os valores que norteiam as ações e relações dos indivíduos na sociedade e sobre o significado da educação enquanto processo de socialização de conhecimentos e valores. Coloca-se em foco o lugar da ética nas relações que se dão na escola, que se propõe a contribuir para a formação de cidadãos. Discutem-se questões relacionadas à responsabilidade, à liberdade, ao compromisso que se demanda dos educadores na resposta aos desafios que enfrentamos no cotidiano.

Este trabalho parte de uma preocupação com a qualidade da formação e da prática dos professores e de uma crença na necessidade de seu aprimoramento constante. Situando-se no espaço da Filosofia da Educação, procura realizar uma interlocução desta com a Didática e apontar alguns desafios que se colocam contemporaneamente a esses saberes para uma reflexão crítica e criativa. No centro dessa interlocução, propõe-se uma articulação entre os conceitos de competência e de qualidade, buscando uma ampliação de seu significado no contexto do trabalho docente.

No contexto em que vivemos, terá a ética perdido seu significado? Por que falar numa dimensão ética da competência profissional? Que tipo de contribuição traz a filosofia, em sua perspectiva ética e política, para a indicação de horizontes de esperança no caminho dos que desejam uma sociedade – e uma escola – justa e democrática? Estas e outras questões serão objeto da palestra, que se propõe a estimular a discussão sobre o cruzamento de saber, dever, poder e querer na prática dos profissionais – sobre a liberdade, a responsabilidade, o compromisso que deles é exigido em resposta aos desafios que enfrentam no cotidiano de seu trabalho.

A dimensão estética diz respeito à presença da sensibilidade – e da beleza – como elemento constituinte do viver e do fazer humano. A sensibilidade é algo que vai além do sensorial e que diz respeito a uma ordenação das sensações, uma apreensão consciente da realidade, ligada estreitamente à intelectualidade. Ao produzir sua vida, ao construí-la, o indivíduo realiza uma obra, análoga à obra de arte. É justamente aí que ele se afirma como sujeito, que ele produz a sua subjetividade. A subjetividade não se diz de um único sujeito, de uma existência singular. Subjetividade se articula com identidade, que é afirmada exatamente na relação com alteridade, com a consideração do outro. É nessa perspectiva que se aproximam e se articulam as dimensões estética e ética. Ética e estética, ao lado da técnica e da política, constituem dimensões da competência profissional.

A reflexão filosófica nos ajuda a ver com clareza, abrangência e profundidade a realidade e a relação que estabelecemos com ela e com os indivíduos e grupos com quem convivemos. Sendo assim, apresenta-se como uma atitude crítica, no sentido de reconhecer os limites que existem nas situações vivenciadas e buscar superá-los. O olhar crítico desvenda, aponta coisas que podem incomodar, desinstalar, exigir mudanças para as quais muitas vezes não se está preparado. Voltando-se para o mundo das empresas e das organizações, a reflexão filosófica buscará compreender o fenômeno organizacional em todas as suas facetas e, particularmente, o trabalho de todos os profissionais que dela fazem parte. Perguntará pelo sentido das ações e relações desses profissionais e poderá auxiliar nas decisões que se tomam com a intenção de transformá-las. Na sua feição de ética, procurará apontar os princípios que devem nortear as ações e que sustentam a qualidade da organização e a competência dos profissionais. “A gente não quer só dinheiro” – vida profissional e felicidade Vida feliz á a possibilidade de ter acesso aos bens de toda natureza produzidos pela sociedade e de participação na construção de novos bens e direitos. Se a realização do bem comum é finalidade da vida em comunidade, o trabalho de todos deve ser orientado nesse sentido. Por isso, o trabalho competente é aquele que faz bem, aquele em que o profissional mobiliza todas as dimensões de sua ação para proporcionar algo com para si mesmo, para aqueles com quem partilha o trabalho e para a sociedade.

O objetivo é explorar de forma ampla alguns aspectos que têm estado presentes em boa parte das discussões quando se abordam questões relacionadas à competência – ou às competências, forma utilizada com mais frequência nos diversos contextos. Pode-se perceber que apesar de se explicitarem de forma reiterada as diversas ideias e posicionamentos, ainda há necessidade de jogar luz em alguns elementos, para “aparar arestas” ou para ver de maneira mais clara as aproximações ou dissidências. Defende-se a ideia de que a competência constitui-se de diversas dimensões e não está pronta, nem é algo isolado – deve ser construída num esforço coletivo e transformar-se historicamente.

Muito se tem escrito, falado e divulgado sobre o aumento da expectativa de vida. A todo momento ouvimos recomendações de como manter a qualidade de vida: prática de exercícios, alimentação saudável e assim por diante. Para além de todas essas questões, há, contudo, uma experiência pessoal, única. A seu modo, cada um de nós pode fazer do próprio envelhecimento um processo de crescimento contínuo: não biológico, mas de aprendizado e convívio, de autoconhecimento e compreensão. Assim, enfrentando a vida com coragem, partilhando as experiências, sendo vital no dia a dia, talvez, além de longa, nossa vida possa ser larga, ampla. (Do livro de mesmo nome, com Mario Sérgio Cortella)

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